Contexto: Uma reação de células deciduais pode ser induzida no endométrio de roedores por meio de uma injeção intrauterina de óleo. A camada epitelial é considerada fundamental para transmitir estímulos intraluminais para a decidualização. Uma das consequências da injeção de óleo é a morte de células epiteliais uterinas. Não há informações disponíveis sobre o efeito que o contato prolongado com o óleo tem no epitélio.

Métodos: Uma reação de células deciduais foi induzida em camundongas pseudo- grávidas de 4 dias por meio da injeção de 30 microlitros de óleo de amendoim no lúmen uterino. Amostras do útero foram coletadas 24, 48 e 72 horas após a injeção e preparadas para microscopia eletrônica de transmissão.

Resultados: Vinte e quatro horas após a injeção de óleo, algumas das modificações iniciais das superfícies celulares epiteliais eram muito semelhantes às induzidas pelo contato com o blastocisto durante a gravidez normal. As células epiteliais uterinas internalizaram o óleo injetado e muitas células foram vistas em vários estágios de degeneração. Após 48 horas, muitas células epiteliais foram descoladas da lâmina basal. Após 72 horas, o revestimento uterino foi restabelecido por células achatadas.

Conclusões: O contato do óleo com o epitélio uterino de camundongas pseudo-grávidas induz a morte de células epiteliais na região antimesometrial da cripta uterina. No entanto, há substituição do revestimento epitelial por células epiteliais, que provavelmente migram da região mesometrial da cripta. A presença prolongada de óleo dentro do lúmen uterino parece induzir ciclos de morte e substituição de células epiteliais.